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Esse review foi feito em 16/02/2009 por mim e postado em outro blog, o qual não usarei mais, então estou movendo para cá.

Pensando nos músicos que possam estar passando pelo mesmo que passei quando estava à procura da minha nova pedaleira, vou postar um review sobre a POD X3 Live da Line 6.

Primeiramente, o porque de tê-la procurado: eu tinha uma Boss GT-8, um ótimo equipamento que em relação a seu anterior, a GT-6, inovou com um novo processador mais forte, e a possibilidade de misturar 2 simulações de pré amp (que não cheguei a usar, mas tudo bem), além de uma construção muito confiável e robusta, que passa uma confiança legal pra quem encara uns palcos ou bares por aí.

Apesar de ser um excelente equipamento, suas concorrentes começaram a trazer inovações que a tornou um pouco obsoleta, como um foot específico para tap tempo, a possibilidade de ter uma carreira de foots para trocar o patch, e outra para ligar e desligar os efeitos individualmente (e simultaneamente), ligação USB para atualização e gravação, entre outros.

Eu sou o tipo de cara que fica “namorando” um equipamento por muito tempo antes de obtê-lo, e com a POD não foi diferente. Após ler todos os reviews possíveis, assistir aos vídeos do youtube, e debulhar seu manual, decidi concluir a venda com o Dodô Audrin, que é um cara muito gente boa, além de manjar muito de periféricos pra guitarra e áudio profissional. Não foi a primeira compra que fiz com ele, e recomendo!

Vamos com as características da super máquina de capuccinno (apelido carinhoso dado pelos meus amigos):

– 78 simulações de amplificadores de guitarra

– 24 simulações de caixas/falantes de guitarra

– 28 simulações de amplificadores de baixo

– 22 simulações de caixas/falantes de baixo

– 6 pré amps para voz

– Entrada para guitarra

– Entrada auxiliar (guitarra/baixo/violão)

– Entrada para guitarra Variax, da Line 6

– Entrada auxiliar para mp3 player ou qualquer outro equipamento

– 2 saídas para guitarra (Esquerda/Direita)

– 2 saídas balanceadas para mesa de som (Esquerda/Direita)

– Entrada/saída midi para controladores

– Entrada balanceada para microfone

– Entrada para pedal de expressão

– Saída S/PDIF

– Porta USB

– Saída para fones de ouvido

– Loop para efeitos externos, sai mono e volta stereo =]

Ela conta com 2 foots pra trocar o banco, 4 foots para troca de patches, 1 foot para tap tempo/afinador e mais 5 foots que funcionam para ligar/desligar efeitos individualmente num patch, como se fosse um set de pedais. O pedal de expressão nem precisa falar que também está presente, tanto pra controlar volume, wah wah, whammy (bender), ou qualquer outro parâmetro.

A construção é muito boa e bonita, enriquece o palco com as luzes laranjas e suas peças cromadas, porém os foots não parecem ser feitos para pisar muito forte, como um pedal analógico, uma pisada de leve é mais que o suficiente para acionar seus pedais… portanto, sem ogrices!

Assim como sua antecessora, a POD XT Live, é extremamente fácil montar um bom patch de simulação, começando um efeito do zero, você simplesmente escolhe a simulação, qual o tipo de gabinete que vai querer (particularmente gosto muito da simulação de 4×12″ com falantes vintage 30 da celestion), o tipo de microfonação da caixa (direta, indireta, com condensador, etc), e os parâmetros básicos, através dos botões analógicos dela: ganho, volume, grave, médio, agudo, presença e reverb. O que já é suficiente para começar a brincar.

Para o som limpo, montei um patch com uma simulação fornecida pela Line 6 mesmo, um tal de Super Clean, que casou bem com o som de qualquer uma das minhas guitarras. Deixei desligado, porém adicionei um chorus stereo, uma simulação de tubescreamer da ibanez, delay stereo bem de leve e também um compressor para dar um gás nos solos limpos.

Já para distorção, eu sempre gostei de sons de amps da marshall e mesaboogie, utilizo a simulação de Marshall JCM800 com compressor sempre ligado, tubescreamer de booster e reverb leve, para solo tomei como base a mesma distorção, com um pouco de chorus para deixar as notas mais brilhantes e com mais ganho no compressor. Todos os sons que faço são com base nestes 2 patches, normalmente só mudo a modulação ou o tipo de delay para conseguir o som desejado.

Tratando-se de modulações, há várias opcões, inclusive do mesmo tipo de efeito como por exemplo vários tipos de chorus, phase e flanger. Tá aí um dos poucos pontos que não me agradou, não consegui um som de flanger que tenha me agradado totalmente, parece que ele demora pra “voltar” depois de abrir… gostaria que se comportasse como o flanger da mxr, muito legal por sinal.

Nos palcos posso dizer que ela é uma bênção. As saídas balanceadas garantem um sinal bom para a mesa, mono ou stereo, podendo ser um lado guitarra, outro vocal ou violão, ou qualquer outro instrumento ligado na entrada auxiliar/microfone. Uma sacada legal é a utilização de duas cadeias de efeitos, então pode estar uma ajustada para a guitarra e outra para o microfone, tratando os sinais separadamente, podendo ser usado assim também para gravação! A simulação de gabinetes garante que o som enviado pra mesa não fique xoxo, tornando mais real a sensação de um amp analógico.

Outra coisa que pode atrair bastante é a porta USB e o software que pode ser baixado gratuitamente para acompanhar. O Gearbox te dá controle de todos os parâmetros da pedaleira, sendo que quando você “gira” um potênciômetro pelo programa, no visor da pedaleira é exibida em tempo real a sua alteração, contribuindo também pelo aspecto visual, imitando a cara dos amplificadores que baseiam as simulações.

Ao ligar na USB, pode-se configurar para que todo som que fosse para a saída do computador, saia pela pedaleira, através da caixa de som ou até mesmo dos fones de ouvido (meu preferido), já que um dos meus horários para tocar guitarra é de madrugada, e posso fazer isso, acompanhando uma música ou backing track do computador, sem acordar ninguém aqui em casa.

As gravações realizadas através dela, no meu caso pelo GarageBand da apple tem qualidade muito legal, o suficiente pra ter mandado para meu primo a primeira gravação e ele falar “muito legal, quem que ta tocando?”, o timbre ouvido na caixa ou nos fones, será o timbre da gravação, assim que gravar as demos da minha banda vou disponibilizar os arquivos de áudio.

Acho válido ressaltar que tive uma Boss GT-8 por 3 anos aproximadamente e não tinha conseguido um timbre limpo que tenha me agradado totalmente. Meu primeiro show com a X3 rendeu muitos comentários positivos quanto ao meu timbre, o que me deu a certeza de que não fiz a escolha errada para a compra.

Apesar de alguns aspectos capitalistas da Line 6 (que não tem como fugir), por exemplo pacotes de mais simulações/efeitos para comprar (por preços nada amigáveis), não falta nada no que acompanha a pedaleira.

Recomendo a compra de um hardcase para o transporte, assim mantém o equipamento melhor conservado, já que o transporte normalmente é um dos fatores que mais compromete que a máquina de Capuccinno continue funcionando.

De casa para home studio até o palco como equipamento principal, acho que não vai faltar recurso. No caso de guitarristas mais conservadores em relação a digitais e analógicos, o loop de efeitos pode ser usado para jogar um pré amp valvulado dentro da cadeia de efeitos, o que torna ainda mais interessante!